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30.9.20

porta poeta, na estante:

 

Itamar Queiroz é Assistente de informática, poeta e adestrador.


Trabalha na embasa desde Janeiro de 2005, começou a escrever poemas em 2010 por diversão e para exteriorizar os seus sentimentos e começou a adestrar em 2017 por amor.
Possui um olhar crítico e sagaz ao que o rodeia. É bom ouvinte e um tanto calado.
Gosta de música, livros, games, informática e gastronomia.


Depreciação 

Sólida como aço
Corrói a mente
Transcende o tempo
Avança no corpo e espaço


Ficar só na multidão
Querer um quarto vazio
Pensamento imensidão
Realidade um desafio


Ácida confiança corroída
No peito aperto e pesar
Dói como magoar uma ferida
Como não ter corte mas sangrar


Intimamente covarde
Chega sem avisar
Totalmente alheia à vontade
Um estranho dominar

 

 


Morto de amor 

Hoje quase morri
Mas a morte não veio
Senti o corpo gelar
O coração parar
Uma dor forte no peito
Falta de ar
Eu quis me entregar
Como se não houvesse jeito
Aceitar e recomeçar
Quase morri hoje
Mas ainda não era hora
Ela veio e me beijou
Mas não quis me levar embora
Disse para eu levantar e aguentar
Mas eu implorei: -Me leve agora
Ela só me olhou e foi-se embora
Então me reergui
Matei o amor que havia em mim
Desde então
Estou morto por dentro
Pseudo vivo por fora.

 

  

Sobre amizade

 Amizade posso falar

Tem um sentimento mútuo

Não há o que desconfiar

Verdades são ditas sem bobagens

Mais por merecimento

Mais por sentimento

Mais por querer bem e sem arrependimento.
Amizade fragiliza, mas não se esquece

Míngua mas depois cresce

Desanima e anima

E mesmo com tanta rima, amizade é uma prece.

 

 


Inexistência

 Ecoa em palavras que não disse,

em pessoas que não conheci.

Situações que não presenciei,
em livros que nunca li.
Coisas que nunca tive,
sonhos que não sonhei.
Pegadas que não deixei,
passos que nunca dei.
Olhos que não abri,
paisagens que nunca vi.
Lutas que perdi,
Vida que não vivi.

 

 Poema de metrô

 A chegada e a saída 

A vida sobre trilhos
Correria dia-a-dia
A vida chegada e partida

Das janelas vultos
Feixes de luz parados
Carros, ônibus, caminhões e motos
A inércia do horário de pico

Enquanto isso sigo
O trilho do destino
Chegarei nalgum lugar
Onde certamente descansarei

Casa me espere
Com seu banho molhado
Com seu colo macio sofá
Com seu abraço cobertor apertado.

Em teus braços vou ninar
Descanso merecido
Travesseiro ombro amigo
Para outro dia começar.






2 comentários:

Poeta de praça vazia disse...

... Dormimos e acordamos sem saber o conceito. Para Itamar que não carrega nenhum estandarte de poeta...o caminho é longo, e estás apenas no começo...quem irá dizer que o mais difícil no poeta é fazer poesia, ou quem irá dizer que o mais difícil é se perceber poeta?

Voa longe Itamar que essas asas literárias não queimam com o sol, nem molhar com a umidade do ar próximo ao mar...

Unknown disse...

Um ser que cheira à poesia. Poeta.

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