13.7.23

elo Emilly

 dedicado á Emily

talvez e por controvérsia
tudo que se fale de você
não te agrade...
talvez, e por isso mesmo
a tentativa de lhe agradar
seja frustrante
todavia., não obstante
lhe agraciar perpassar
primeiro por te respeitar,
tua fronteira, tua permissão
assim sendo, lhe peço licença
to dentro
você merece o respeito
o direito de silêncio
e de calar...
mandar pro calabouço
quem lhe julga
quem finge te conhecer
as vezes parece q você
curte o por do sol, astronomia
e lua cheia
mas parece tudo tão careta,
cansativo...
hoje é seu aniversário
muitos não deixam passar
despercebido
mas não lhe rabisca,
não lhe toca,
não lhe chacoalha.
você é muito querida
muito amada
de forma q lhe abrem feridas
lhe amargura
as vezes ser amada
não é a cura
é a sentença
é a esperança
de ser simplesmente respeitada...
nada fora da casca de noz
nada noves fora
tua importância entre nós
é muito mais que os nós
que não desatamos a sós
é tão grandiosa
por ser tão maravilhosa
tua existência
seu "eu" tão familiar
porque sem você a família
jamais brilhará...

14.8.22

dia dos pais

 Acordo sem nenhuma sensação de completude

De preenchimento da alma
Ou carma

Ser pai não preenche vazios
Nem mesmo livra o ser
De ser bolsonarista, assassino ou pedófilos

Ser pai
Não é um título de santidade
Nem um ingresso para os céus

Hoje muitas crianças sem nome nos registros
Muitos pais de pensão de miséria
E outras violências
Estão sendo parabenizado

Acordei olhando para minha filha
E me perguntei: - como pode um pai não ser amor?
Já que os filhos ensinam o amor?

Helen, Lara e Elis foram amor construído
Mexido feito argila e seu vaso
Nenhuma entidade me possuiu
Nenhuma mágica em ser pai.

Parabéns meu pai
Parabrisa
Parabéns por vestir essa camisa
Amo a dura realidade de ser pai
Mais do que essa fantasia
Essas fotografias
Parabéns para todos os pais
Explícito nessa poesia.

28.7.22

poeta na estante:

 


 Geraldo Lavigne de Lemos é poeta e advogado, membro da Academia de Letras de Ilhéus, autor de seis livros, entre os quais, Poética da Existência (Editora Patuá, 2019).



ciclo de cultivares

  

após o fogo hostil
queimar minha nervura
aguardo o clima brando
que fará da brasa a cinza
com as gotas do rocio do pranto
 
dado o meu corpo ao pousio
terei humo para nutrir o campo
e olhos d’água a formar sutil regato
 
numa manhã clara e morna
com os braços mansos
arado enxada e ancinho
amanharei a terra para o plantio

 

 

 

 

 

 

 

 

 

aquartelado

  

insone enfrento a noite que se avizinha
 
cubro-me de Rádio-226
em sinal in extremis
(devaneio de estrela cadente)
e assinalo territórios utópicos
 
se capturado
torno-me engodo no bojo
: destruo no âmago a sociedade uniformizante
 
 
 

 

o despertar do ódio

   

o ódio perdeu a mordaça
atrás da tela
 
ele agora tem voz alta
no meio digital
 
realidade virtual
que desvirtua
o real
– e que o expõe, também
 
associal, em rede,
o ódio é mais forte
 
 

 

 

mal tempo

  
quero inquietar,
incomodar o recôndito.
 
causar desassossego
naquilo que descansa.
 
o engano flore e frutifica
no paradeiro.
 
sopro a tormenta,
com raio, chuva e trovão.
 
provoco o desastre
que varre as encostas.
 
inicio tempestades de areia,
transporto dunas
e cubro ruínas.
 
que venha o novo.
 
o efeito perturbador
elimina o status quo.
 
 
 

 




não albergo

 

eu não lamento sobre o erro.
pra esse peso, eu decreto o banimento.
 
que ele ocupe outro terreno,
     arrende outro corpo.
 
eu não o quero preso. sem exaspero,
reclamo, tão só, o ensinamento.
 

 

 

22.7.22

broder Mainha

 Broder Mainha


A Senhora tem muito o que comemorar
Se tornou referência
Não só para os filhos
E longe de se tornar uma santa
Sem falhas,
Se tornou exemplo
De como seguir em frente
sem máculas
 sem sucumbir o humano

Aprender ajudar o próximo
Um legado bonito
que carrego
Aprender a falar com as plantas, animais e pessoas 
outro legado sem igual

Nunca chegaria tão longe
 se não acompanhasse seus passos
Nunca sentiria a voz de Deus
Se não te escutasse

Parabéns Broder Mainha
Pelo seu existir bonito
Por ser linda
E por Elis parecer com a Senhora.
E tudo mais noves fora a dor
Dentro de todo o contexto
O amor

Felicidades em qualquer estágio
Em qualquer contágio
E sou filho estagiário
No orgulho que quero
Te dar.

Carlos Arouca
 

31.12.21

Luar Méndez na estante

 


Luar Méndez, (Aidner Méndez Neves), é Poeta, Escritor, Compositor, Autor, Cantador,

Artesão, Romancista, Cordelista, Roteirista, Biógrafo, Agente Cultural, Comendador e ligado a diversas áreas de arte, cultura e educação. Mestre em cultura oral pela lei Griot, através do Ministério da Cultura. Pesquisador e palestrante das temáticas
inerentes à história e cultura popular nordestina. Autor de mais de vinte
livros publicados em português e um traduzido para o espanhol, e de mais
dois livros aguardando publicação. Também possui poemas publicados em
coletâneas e revistas, no Brasil, França e Portugal. Membro Correspondente do Parthenon Literário ( RS) e da Academia de Letras de Jequié (BA) Acadêmico Imortal pela Confraria Brasileira de Cultura. 

Contatos: producaoluarmendez@gmail.com 
Wattsapp    Produção: 47 9 99358870
                                    74 9 91113926

















30.7.21

porta poeta: Luana Andrade

 

Sou Luana Andrade, natural de Riacho de Santana, mas ultimamente resido em Guanambi Bahia, sou militante do coletivo Feminista Marias e do Levante Popular da Juventude.
Sou escritora de poesias, já participei de Antologias nacional e internacional e autora do livro Na Luta Estou.
Nas minhas escritas está sempre presente as lutas de classes, o meio em que vivemos usando a poesia como meio de expressão para denuncias e representatividade Feminista.



MULHER

 

Mulher, tu que sabe desse sofrimento,

Dessa luta por ser mulher,

Desses altos e baixos que tu viveu,

Do nó seco que tu engoliu,

Sabe também do choro que ninguém viu,

Aquelas lágrimas que caíram, secaram e cicatrizaram.

Mulher, tu sabe do seu poder,

Da sua força e dos demônios que lhe feriram

Não é agora que vai ser diferente,

Não é agora que você vai ser pau mandado,

Não é agora que você vai calar,

Mas é agora que você vai gritar.

Gritar pelas cicatrizes que marcaram e curaram, mas doem.

Gritar pelos sonhos tirados e pelos direitos negados,

Gritar por ser mulher.

Gritar pelos olhares que incomodam,

Gritar porque o mundo precisa ouvir teus lamentos,

Gritar para que outras mulheres não vivam esses mesmos sofrimentos.

 

 

 

 

REALIDADE OBSCURA

 

A ignorância humana cega toda humanidade.

A nossa realidade ignorada,

Onde os problemas distantes nos comovem,

Mas a realidade da própria cidade não é enxergada

Quanta hipocrisia!

Pessoas gritando por socorro todos os dias,

Pessoas que são seus vizinhos,

Pessoas que mora na mesma cidade que VOCÊ,

Pessoas que dormem no banco da praça do seu bairro,

Sim, são essas pessoas que

 choram,

 gritam,

Mas VOCÊ não vê.

VOCÊ não ouve,

A sua ignorância lhe deixa cego, alimentando seu ego.

VOCÊ ?

Sim, VOCÊ já parou para pensar que existem pessoas,

HUMANO,

Que se alimentam do resto da sua comida ?

Não, né?

Mas fica comovida com a guerra na Síria,

Com uma morte na Suíça.

Realidade obscura, hipocrisia.

VOCÊ não enxerga a realidade do seu próprio dia a dia.

Sabe aquela foto das redes sociais que te deixa chocada?

Que te faz digitar um “amém” em vão?

Então, a realidade daquela foto está abaixo do teu nariz.

Aquele sujeito é o mendigo que pede um real,

Lá no sinal para saciar a fome.

E tu passa no seu carro do ano e diz:

- “Vagabundo, não subiu na vida porque não quis”.

Vê se ele nasceu em berço de ouro

E o pai é o dono de uma empresa fantasma,

Que desvia o dinheiro do Estado.

Dinheiro que seria para aquelas pessoas que moram no lixão.

Dinheiro que pagaria a escola daquelas crianças,

Que vendem algodão doce até às onze da noite na Praça do Feijão.

Realidade obscura.

Não dá para citar todos os problemas que nos rodeiam,

Mas devemos tirar a venda e lutar,

Lutar contra aquilo que se diz normal,

Mas VOCÊ sabe que não passa de um problema social.

Sim, essa luta é a coletividade,

Cabe a toda a comunidade.

Não adianta dizer que o problema não é seu.

É seu sim, é de todos nós!

Que ficamos de blá blá blá nas redes sociais,

Gritando por Revolução,

Querendo mudar o mundo,

Mas não muda de atitude

Pois o que precisa diz ser revolucionária,

É a sua ação.

 

 

 

 

 

O QUE HÁ POR TRÁS DAS ROUPAS?

 

Uma vergonha escancarada?

Um corpo nu?

Uma alma despida?

Quem sabe um desejo escondido

É nas curvas que está o perigo.

Mas enfim, ninguém sabe o que há por trás das roupas,

Talvez um corpo bonito com alma sofrida, despedaçada, doída

Há muitas coisas escondidas

Quem sabe um labirinto todo embaraçado,

Um mistério,

Necessita de um mérito,

Um caminho a percorrer.

Quem sabe encontrar alguém disposto a conhecer, a ceder.

O merecedor tem que merecer,

Mas enfim, o que há por trás das roupas?

As vestes escondem as cicatrizes de uma vida corrida,

Talvez bandida com incuráveis feridas,

Mas no rosto sempre estampado um sorriso sincero,

Um olhar permanente daquele que acorrenta à mente

Não há como negar,

Independente,

Se não me engano escravo do próprio veneno,

Amarrado, amordaçado depende,

Talvez o corpo minta.

Mas e aí?

O que há por trás das roupas?

Um negro.

Me diz aí, alguém suspeito ou de respeito ?

Quem sabe a sociedade aponta o dedo,

Levou uma dura ou um baculeijo ?

É um negro, suspeito, sujeito.

Às roupas até escondem sua cor

Este ato tem nome: exclusão racial.

Por outro lado camisa larga, boné aba reta,

Esse é um motivo por ser apontado como bandido,

Que prefere a vida criminal.

Ah, é normal!

Ele anda por aí todo descolado,

Como disse tribo da periferia:

O quarto do último “ouvido Rap daquele que malandro decola fumando um beck .“

Mas e ai, o que há por trás das roupas?

É difícil ser maré,

Em um mundo de Mané,

É triste saber que um pedaço de pano decide quem você é.

 

 

 

 

ESSA ROUPA AQUI

 

 

Foi com essa roupa aqui, que fui estuprada,

Não fique assustada,

Você pode ser a próxima a ser abusada,

Sendo a mesma julgada a culpada.

Suas roupas são apenas mais uma desculpa esfarrapada,

Por uma pessoa que diz não controlada,

Numa rua escura.

Um medo estampado,

Expressão que cada mulher carrega no seu olhar.

Amedrontada.

Qualquer barulho lhe deixa arrepiada,

Um passo rápido,

Um ataque,

Mais um grito ignorado,

Mais uma vítima julgada.

Foi apenas mais uma de muitas que já foram caladas.

Essa é nossa história não contada,

Quantas de nós já foram abusadas ?

E quantas de nós vivemos essa realidade?

São histórias esquecidas,

Mas jamais apagadas por quem foi vivida.

São feridas não curadas,

Queixas registradas, que nunca foram atendidas.

E nós mulheres continuamos perseguidas,

Abusadas,

Atacadas,

Esfaqueadas e esquecidas  em túmulos de terra,

Onde os próprios sacanas levam flores para as belas adormecidas,

Apontada como culpadas.

Que diante de uma sociedade,

São vistas como oferecidas.

Short curto?

Mal amada, quase pelada,

Ainda reclama se for estuprada,

Batom vermelho também é um convite para ser abusada,

Vai me dizer que precisamos andar bem vestidas para não sermos atacadas ?

Que nada!

O Brasil foi invadido

E já achou os índios pelados,

Um convite para serem papados

E daí? Nós nascemos com a cara gozada,

Brasil nasceu de um estupro,

E porque não continuar sendo estuprado?

Por outro lado é ignorado

Os portugueses queria que fossemos civilizados,

Temos que andar vestidos

Porque é uma vergonha andar pelado, mas é normal ser estuprado.

E hoje...

Muitos casamentos fracassados,

Pouco acolhimento,

Muitas mulheres aterrorizadas dentro das suas próprias casas,

Tendo que satisfazer um macho,

Só por que está em um casamento,

Não fiquem caladas, só por que é mulher,

Precisamos gritar para mostrar a realidade que nenhuma de nós quer,

Porque muitas já foram silenciadas,

Uma desculpa fajuta, na má conduta

Iremos à luta!

O Brasil terá vozes na escuta,

Esse presente não se tornará um passado esquecido,

Pois não iremos nos calar,

Iremos gritar,

Contra o sistema que nos força a parar.

 

 

 

 

 

INOCÊNCIA MENINA

 

 

 

Na inocência da cruel vida,

Uma criança teve quatro anos da sua infância arrancada,

Que ficará marcado em sua jornada,

Perseguida por aqueles que pregam Cristo

Lutando pela pré-vida.

E esqueceu que a garota de dez anos,

Nem sequer sua vida viveu,

Por um tio que há interrompeu sua inocência,

Um feto em ti cresceu.

E no exato momento que a garota estava lutando entre morrer e seguir sua sina,

Uma tal Sara desceu do inferno e divulgou os dados da menina

E só isso não basta,

Pois teve cristão implorando de joelhos ao chão,

A Cristo nossa salvação,

Chamando a criança de assassina,

O céu e o inferno estão divididos,

E essa vida ensina.

Do outro lado, mulheres do fórum das mulheres unidas pela vida da menina

7 de agosto o silêncio foi interrompido,

Durante quatro anos uma garota chorava escondida,

Gritos ignorados

Essa é a nossa realidade

É apenas mais uma de muitas que foram caladas,

É apenas mais uma que saiu com culpada,

Por ser estuprada.

Onde estupro é normal,

E aborto é pecado,

O criminoso foragido,

A menina em perigo,

Muitos revoltados,

Poucos em sã consciência,

A inocente sendo chamada de cachorra no cio,

Será que nunca viu?

Cerca de 180 mulheres são estupradas por dia no Brasil,

E não vem dizer que a mídia mostra o que quer,

Pois uma garota de 10 anos já sentiu na pele o que é ser MULHER.

 

 

 

 

 

 

 

 

12.6.21

As únicas coisas

 As únicas coisas


Tá vendo você?

O que custa prevenção?

O que custa bom senso?

Não sabe o que custa?

Pera um cadinho que lhe digo.


O ar vem como pedágio

Mais parecendo um naufrágio

Ou um infinito e negativo empuxo

Olha só no que se deu seu "luxo"?


Agora estou eu aqui

Passando por um portal

Prendendo a respiração

Para quem sabe, partir para o espaço sideral

A bordo da U.S.S. Enterprise


Esposa, filhos, parentes

E todo tipo de gente

Apreensivos assim como eu

Sem saber quanto tempo passará

Ou se nesse trem irei embarcar


Enfim,

Sob lágrimas e desconforto

Dormência nos membros, mandíbula e torso

Que eu me arrisco em mostrar a única coisa que sempre soube ser bom

Palavras, sentimentos e quem sabe, um tom.




Geovane Ribeiro

10.6.21

porta poeta : Victor Az

 


Victor Az é engenheiro, escritor e poeta, tem textos publicados em blogs, sites, revistas literárias, exposições de poesias visuais, livros didáticos e publicou, pela Editora Segundo Selo, o livro de contos Sexo é apenas sexo. Mas o amor… Ah, o amor é foda.

 



saci

 

no meio do caminho

atiram uma pedra

 

atiram uma pedra

no meio do caminho

 

ele pegou

pôs no cachimbo

fumou

 

f

u

m

a

ç

a

 

e foi-se o problema

e foi-se o dinheiro

e foi-se a família

e foi-se o usuário

 

e foice

 

x.x.x

 

Fone Quebrado

 

Fone quebrado é como amor platônico

Numa chuva de verão em país tropical

Ou como a lua minguante da música do Djavan

Estraga Yellow Submarine

Estraga Breed

Tira o humor e descolore o som

O mundo fica mono, monótono

 

Fone quebrado é como um relacionamento que não deu certo

Não dá para ficar com ele porque está estragado

Porém é difícil se acostumar com outro

A primeira transa com outro parceiro

É como a primeira música com fone novo

A melodia é a mesma, mas os graves e agudos soam diferentes

Falta algo que o anterior tinha e o novo não consegue oferecer

 

Às vezes, até quando o novo é melhor que o anterior

Sentimos falta do anterior

Da forma como ele se encaixava no nosso corpo

Ou de como ele combinava com determinada música

O ideal seria ter fones e relacionamentos inquebráveis

Mas se eles nunca quebrassem

Como iríamos trocá-los?

 

x.x.x

 

Ela me trocou por um funkeiro

que usa o boné no topo da cabeça.

 

Não tenho nada contra ele gostar de funk

(eu poderia virar funkeiro e tomar ela de volta).

 

Mas nunca, nunca conseguiria

equilibrar o boné do jeito que ele faz.

 

Maldito malabarista!

 


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