p/ jorge augusto
"mantenha a luz de dentro acesa"
viajas entre vidros e pontos cegos, não se esqueça
o crime é vil e, se não te veem, podem pedir sua cabeça
homem negro, 44
coração rente ao asfalto
corre dentro de si, fora do carro
amador que mal amou
sabe o sonho e sabe o horror
a noite é quente e o sangue sente
o gosto da bocada: 12 meninos mortos na quadra
o polícia, firme, afirma: armas promovem a paz
pá de cal sobre o caos. tudo é risível, visível
um flanelinha faz e desfaz
faça de conta: faca de ponta agora é flor
fluorescente a cor: era o motor da luz
moto-contínuo do destino onde a cidade rui
ETs nos dão tchau no rol do hospital
"na contorno os carros correm"
estátuas nascem e morrem
cravos feridos, crack, perigos
um meninóia que se perdeu
sob cintos, desprotegidos você e eu
mãe, filho e mulher no banco de trás
mais um dia que não se vai
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