ciclo
de cultivares
após o fogo hostil
queimar minha nervura
aguardo o clima brando
que fará da brasa a cinza
com as gotas do rocio do pranto
dado o meu corpo ao pousio
terei humo para nutrir o campo
e olhos d’água a formar sutil regato
numa manhã clara e morna
com os braços mansos
arado enxada e ancinho
amanharei a terra para o plantio
aquartelado
insone enfrento a noite que se avizinha
cubro-me de Rádio-226
em
sinal in extremis
(devaneio
de estrela cadente)
e
assinalo territórios utópicos
se
capturado
torno-me
engodo no bojo
:
destruo no âmago a sociedade uniformizante
o
despertar do ódio
o ódio perdeu a mordaça
atrás da tela
ele agora tem voz alta
no meio digital
realidade virtual
que desvirtua
o real
– e que o expõe, também
associal, em rede,
o ódio é mais forte
mal tempo
quero inquietar,incomodar o recôndito. causar desassossegonaquilo que descansa. o engano flore e frutificano paradeiro. sopro a tormenta,com raio, chuva e trovão. provoco o desastreque varre as encostas. inicio tempestades de areia,transporto dunase cubro ruínas. que venha o novo. o efeito perturbadorelimina o status quo.
não
albergo