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6.6.10

o despertar

Janelas são também sacadas
no quarto escuro, silêncio
saco, quanto de nós se entrelaça
quantas fotografias molduradas

Mas prefiro o ridículo
Como se forte fosse
Como se côrte fosse
Meu castelo, e forte meu martelo

A prego bem minha ideia
como fixação, minha paideia
Eu estranho e constante
Ser sedutor e relutante.

sigo "trilhas" saboreando quimeras
meras construções

Meu ser covarde é herói
Meu ser inteligente é covarde
E o que vivo de verdade?
o despertar duma paixão, que a tudo destrói.

25.5.10

Sala de espera

Enquanto na sala de reunião
incógnitas são sugeridas,
na área de espera
paixões ansiosamente se precipitam
os confusos sentimentos se abstratam
vagando espaço
para o ridículo concreto

Como seria o mundo sem poesia?

Sujeitos muitos corretos antecipam respostas.
respostas corretas dispensam sujeitos.

E QUANTO ÀS REUNIÕES?
essas prosseguem
(qual rio no seu curso)

E quanto à poesia?
Essa discorre
(qual flor na margem do rio).

24.5.10

piezzoelétrico III

como um lance de dados-------------------a certeza do acaso
sorte ou azar amplificado------------------ seus braços ou meus aplausos
ela chega em alto relevo------------------- eu re-levo
salto-alto-falante-------------------------- sua silhueta
energia transformada----------------------energia transformada
em outra fonte-----------------------------em outra fonte

ouvindo-se um som de vitrola--------------ela radiola
desconcertante, a interpreto----------------q eu a interpreto
tom a som----------------------------------som a tom
seu refinado discordante--------------------seus dizeres desconcertantes

enqto sintonizo outra estação---------------tudo q parece estagnação
como um banco de dados-------------------com um mapa de estradas
desregulado--------------------------------procuro saída
segue a paixão, disco furado-----------------e esse caso
sempre mudando o lado--------------------sempre mudando o lado.

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