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31.12.21

Luar Méndez na estante

 


Luar Méndez, (Aidner Méndez Neves), é Poeta, Escritor, Compositor, Autor, Cantador,

Artesão, Romancista, Cordelista, Roteirista, Biógrafo, Agente Cultural, Comendador e ligado a diversas áreas de arte, cultura e educação. Mestre em cultura oral pela lei Griot, através do Ministério da Cultura. Pesquisador e palestrante das temáticas
inerentes à história e cultura popular nordestina. Autor de mais de vinte
livros publicados em português e um traduzido para o espanhol, e de mais
dois livros aguardando publicação. Também possui poemas publicados em
coletâneas e revistas, no Brasil, França e Portugal. Membro Correspondente do Parthenon Literário ( RS) e da Academia de Letras de Jequié (BA) Acadêmico Imortal pela Confraria Brasileira de Cultura. 

Contatos: producaoluarmendez@gmail.com 
Wattsapp    Produção: 47 9 99358870
                                    74 9 91113926

















30.7.21

porta poeta: Luana Andrade

 

Sou Luana Andrade, natural de Riacho de Santana, mas ultimamente resido em Guanambi Bahia, sou militante do coletivo Feminista Marias e do Levante Popular da Juventude.
Sou escritora de poesias, já participei de Antologias nacional e internacional e autora do livro Na Luta Estou.
Nas minhas escritas está sempre presente as lutas de classes, o meio em que vivemos usando a poesia como meio de expressão para denuncias e representatividade Feminista.



MULHER

 

Mulher, tu que sabe desse sofrimento,

Dessa luta por ser mulher,

Desses altos e baixos que tu viveu,

Do nó seco que tu engoliu,

Sabe também do choro que ninguém viu,

Aquelas lágrimas que caíram, secaram e cicatrizaram.

Mulher, tu sabe do seu poder,

Da sua força e dos demônios que lhe feriram

Não é agora que vai ser diferente,

Não é agora que você vai ser pau mandado,

Não é agora que você vai calar,

Mas é agora que você vai gritar.

Gritar pelas cicatrizes que marcaram e curaram, mas doem.

Gritar pelos sonhos tirados e pelos direitos negados,

Gritar por ser mulher.

Gritar pelos olhares que incomodam,

Gritar porque o mundo precisa ouvir teus lamentos,

Gritar para que outras mulheres não vivam esses mesmos sofrimentos.

 

 

 

 

REALIDADE OBSCURA

 

A ignorância humana cega toda humanidade.

A nossa realidade ignorada,

Onde os problemas distantes nos comovem,

Mas a realidade da própria cidade não é enxergada

Quanta hipocrisia!

Pessoas gritando por socorro todos os dias,

Pessoas que são seus vizinhos,

Pessoas que mora na mesma cidade que VOCÊ,

Pessoas que dormem no banco da praça do seu bairro,

Sim, são essas pessoas que

 choram,

 gritam,

Mas VOCÊ não vê.

VOCÊ não ouve,

A sua ignorância lhe deixa cego, alimentando seu ego.

VOCÊ ?

Sim, VOCÊ já parou para pensar que existem pessoas,

HUMANO,

Que se alimentam do resto da sua comida ?

Não, né?

Mas fica comovida com a guerra na Síria,

Com uma morte na Suíça.

Realidade obscura, hipocrisia.

VOCÊ não enxerga a realidade do seu próprio dia a dia.

Sabe aquela foto das redes sociais que te deixa chocada?

Que te faz digitar um “amém” em vão?

Então, a realidade daquela foto está abaixo do teu nariz.

Aquele sujeito é o mendigo que pede um real,

Lá no sinal para saciar a fome.

E tu passa no seu carro do ano e diz:

- “Vagabundo, não subiu na vida porque não quis”.

Vê se ele nasceu em berço de ouro

E o pai é o dono de uma empresa fantasma,

Que desvia o dinheiro do Estado.

Dinheiro que seria para aquelas pessoas que moram no lixão.

Dinheiro que pagaria a escola daquelas crianças,

Que vendem algodão doce até às onze da noite na Praça do Feijão.

Realidade obscura.

Não dá para citar todos os problemas que nos rodeiam,

Mas devemos tirar a venda e lutar,

Lutar contra aquilo que se diz normal,

Mas VOCÊ sabe que não passa de um problema social.

Sim, essa luta é a coletividade,

Cabe a toda a comunidade.

Não adianta dizer que o problema não é seu.

É seu sim, é de todos nós!

Que ficamos de blá blá blá nas redes sociais,

Gritando por Revolução,

Querendo mudar o mundo,

Mas não muda de atitude

Pois o que precisa diz ser revolucionária,

É a sua ação.

 

 

 

 

 

O QUE HÁ POR TRÁS DAS ROUPAS?

 

Uma vergonha escancarada?

Um corpo nu?

Uma alma despida?

Quem sabe um desejo escondido

É nas curvas que está o perigo.

Mas enfim, ninguém sabe o que há por trás das roupas,

Talvez um corpo bonito com alma sofrida, despedaçada, doída

Há muitas coisas escondidas

Quem sabe um labirinto todo embaraçado,

Um mistério,

Necessita de um mérito,

Um caminho a percorrer.

Quem sabe encontrar alguém disposto a conhecer, a ceder.

O merecedor tem que merecer,

Mas enfim, o que há por trás das roupas?

As vestes escondem as cicatrizes de uma vida corrida,

Talvez bandida com incuráveis feridas,

Mas no rosto sempre estampado um sorriso sincero,

Um olhar permanente daquele que acorrenta à mente

Não há como negar,

Independente,

Se não me engano escravo do próprio veneno,

Amarrado, amordaçado depende,

Talvez o corpo minta.

Mas e aí?

O que há por trás das roupas?

Um negro.

Me diz aí, alguém suspeito ou de respeito ?

Quem sabe a sociedade aponta o dedo,

Levou uma dura ou um baculeijo ?

É um negro, suspeito, sujeito.

Às roupas até escondem sua cor

Este ato tem nome: exclusão racial.

Por outro lado camisa larga, boné aba reta,

Esse é um motivo por ser apontado como bandido,

Que prefere a vida criminal.

Ah, é normal!

Ele anda por aí todo descolado,

Como disse tribo da periferia:

O quarto do último “ouvido Rap daquele que malandro decola fumando um beck .“

Mas e ai, o que há por trás das roupas?

É difícil ser maré,

Em um mundo de Mané,

É triste saber que um pedaço de pano decide quem você é.

 

 

 

 

ESSA ROUPA AQUI

 

 

Foi com essa roupa aqui, que fui estuprada,

Não fique assustada,

Você pode ser a próxima a ser abusada,

Sendo a mesma julgada a culpada.

Suas roupas são apenas mais uma desculpa esfarrapada,

Por uma pessoa que diz não controlada,

Numa rua escura.

Um medo estampado,

Expressão que cada mulher carrega no seu olhar.

Amedrontada.

Qualquer barulho lhe deixa arrepiada,

Um passo rápido,

Um ataque,

Mais um grito ignorado,

Mais uma vítima julgada.

Foi apenas mais uma de muitas que já foram caladas.

Essa é nossa história não contada,

Quantas de nós já foram abusadas ?

E quantas de nós vivemos essa realidade?

São histórias esquecidas,

Mas jamais apagadas por quem foi vivida.

São feridas não curadas,

Queixas registradas, que nunca foram atendidas.

E nós mulheres continuamos perseguidas,

Abusadas,

Atacadas,

Esfaqueadas e esquecidas  em túmulos de terra,

Onde os próprios sacanas levam flores para as belas adormecidas,

Apontada como culpadas.

Que diante de uma sociedade,

São vistas como oferecidas.

Short curto?

Mal amada, quase pelada,

Ainda reclama se for estuprada,

Batom vermelho também é um convite para ser abusada,

Vai me dizer que precisamos andar bem vestidas para não sermos atacadas ?

Que nada!

O Brasil foi invadido

E já achou os índios pelados,

Um convite para serem papados

E daí? Nós nascemos com a cara gozada,

Brasil nasceu de um estupro,

E porque não continuar sendo estuprado?

Por outro lado é ignorado

Os portugueses queria que fossemos civilizados,

Temos que andar vestidos

Porque é uma vergonha andar pelado, mas é normal ser estuprado.

E hoje...

Muitos casamentos fracassados,

Pouco acolhimento,

Muitas mulheres aterrorizadas dentro das suas próprias casas,

Tendo que satisfazer um macho,

Só por que está em um casamento,

Não fiquem caladas, só por que é mulher,

Precisamos gritar para mostrar a realidade que nenhuma de nós quer,

Porque muitas já foram silenciadas,

Uma desculpa fajuta, na má conduta

Iremos à luta!

O Brasil terá vozes na escuta,

Esse presente não se tornará um passado esquecido,

Pois não iremos nos calar,

Iremos gritar,

Contra o sistema que nos força a parar.

 

 

 

 

 

INOCÊNCIA MENINA

 

 

 

Na inocência da cruel vida,

Uma criança teve quatro anos da sua infância arrancada,

Que ficará marcado em sua jornada,

Perseguida por aqueles que pregam Cristo

Lutando pela pré-vida.

E esqueceu que a garota de dez anos,

Nem sequer sua vida viveu,

Por um tio que há interrompeu sua inocência,

Um feto em ti cresceu.

E no exato momento que a garota estava lutando entre morrer e seguir sua sina,

Uma tal Sara desceu do inferno e divulgou os dados da menina

E só isso não basta,

Pois teve cristão implorando de joelhos ao chão,

A Cristo nossa salvação,

Chamando a criança de assassina,

O céu e o inferno estão divididos,

E essa vida ensina.

Do outro lado, mulheres do fórum das mulheres unidas pela vida da menina

7 de agosto o silêncio foi interrompido,

Durante quatro anos uma garota chorava escondida,

Gritos ignorados

Essa é a nossa realidade

É apenas mais uma de muitas que foram caladas,

É apenas mais uma que saiu com culpada,

Por ser estuprada.

Onde estupro é normal,

E aborto é pecado,

O criminoso foragido,

A menina em perigo,

Muitos revoltados,

Poucos em sã consciência,

A inocente sendo chamada de cachorra no cio,

Será que nunca viu?

Cerca de 180 mulheres são estupradas por dia no Brasil,

E não vem dizer que a mídia mostra o que quer,

Pois uma garota de 10 anos já sentiu na pele o que é ser MULHER.

 

 

 

 

 

 

 

 

12.6.21

As únicas coisas

 As únicas coisas


Tá vendo você?

O que custa prevenção?

O que custa bom senso?

Não sabe o que custa?

Pera um cadinho que lhe digo.


O ar vem como pedágio

Mais parecendo um naufrágio

Ou um infinito e negativo empuxo

Olha só no que se deu seu "luxo"?


Agora estou eu aqui

Passando por um portal

Prendendo a respiração

Para quem sabe, partir para o espaço sideral

A bordo da U.S.S. Enterprise


Esposa, filhos, parentes

E todo tipo de gente

Apreensivos assim como eu

Sem saber quanto tempo passará

Ou se nesse trem irei embarcar


Enfim,

Sob lágrimas e desconforto

Dormência nos membros, mandíbula e torso

Que eu me arrisco em mostrar a única coisa que sempre soube ser bom

Palavras, sentimentos e quem sabe, um tom.




Geovane Ribeiro

10.6.21

porta poeta : Victor Az

 


Victor Az é engenheiro, escritor e poeta, tem textos publicados em blogs, sites, revistas literárias, exposições de poesias visuais, livros didáticos e publicou, pela Editora Segundo Selo, o livro de contos Sexo é apenas sexo. Mas o amor… Ah, o amor é foda.

 



saci

 

no meio do caminho

atiram uma pedra

 

atiram uma pedra

no meio do caminho

 

ele pegou

pôs no cachimbo

fumou

 

f

u

m

a

ç

a

 

e foi-se o problema

e foi-se o dinheiro

e foi-se a família

e foi-se o usuário

 

e foice

 

x.x.x

 

Fone Quebrado

 

Fone quebrado é como amor platônico

Numa chuva de verão em país tropical

Ou como a lua minguante da música do Djavan

Estraga Yellow Submarine

Estraga Breed

Tira o humor e descolore o som

O mundo fica mono, monótono

 

Fone quebrado é como um relacionamento que não deu certo

Não dá para ficar com ele porque está estragado

Porém é difícil se acostumar com outro

A primeira transa com outro parceiro

É como a primeira música com fone novo

A melodia é a mesma, mas os graves e agudos soam diferentes

Falta algo que o anterior tinha e o novo não consegue oferecer

 

Às vezes, até quando o novo é melhor que o anterior

Sentimos falta do anterior

Da forma como ele se encaixava no nosso corpo

Ou de como ele combinava com determinada música

O ideal seria ter fones e relacionamentos inquebráveis

Mas se eles nunca quebrassem

Como iríamos trocá-los?

 

x.x.x

 

Ela me trocou por um funkeiro

que usa o boné no topo da cabeça.

 

Não tenho nada contra ele gostar de funk

(eu poderia virar funkeiro e tomar ela de volta).

 

Mas nunca, nunca conseguiria

equilibrar o boné do jeito que ele faz.

 

Maldito malabarista!

 


poeta na estante:

  


João Macambyra


Nascido no Recôncavo Baiano, em Castro Alves /BA, mudou-se para Salvador, onde cresceu e começou a desenvolver a vocação para a escrita e a composição musical. Viveu em 15 cidades, algumas delas no exterior, sempre cantando e se acompanhando ou acompanhado por músicos. Atualmente, reside na cidade de Jundiaí /SP, atuando na pré-escola e no ensino fundamental, no ensino da língua inglesa. É cantor-autor e já participou de festivais no Brasil e nos EUA, e apesar de não mais ser um ofício, sempre que surge a oportunidade, se apresenta nos barzinhos da vida.



Canção 

Arde no meu peito
A dor da primavera,
A dor de uma semente
Que quer romper a casca,
Que quer brotar da terra.

Queima no meu ventre
A chama louca e cega,
A chama incandescente,
Que torna tudo claro ,
Que torna a vida bela.

Há uma vontade imensa
De abrir as janelas do infinito,
De rasgar os limites do possível
E ser mais, muito mais do que o permitido.

Vai, canção!
Traz, do além, meus desejos mais bonitos,
Traz o amor, que a tudo dá sentido,
Traz a força que ultrapassa a razão!
Vai você, que é muito mais do que eu,
Que pode mais,
Que voa mais,
Canção!




 Folheando

Livro de figuras de bichos, pura ilustração,
Atiçava a mente do moço-menino João.
Vivia folheando suas tardes, não tinha amigos não,
E a Massaranduba, seu moço, era esboço de canção.
Livro de livros ia no braço, o da religião,
Que pra muita gente, ainda serve de alfabetização.

-Que letra é essa, mãe?
-É "a", meu filho.
-Que letra é essa, mãe?
-É "b", meu filho!
-E esta outra aqui?
-João, pára com isso!
-João, não pára com isso!

Vem a traça e come a passa,
Faz a massa na pirraça.
A onda encaixa e o mito exala revolução.
Vem a fala e toma a praça,
Faz a massa na pirraça.
A onda incita e o livro inspira a Revolução!




 Sonho Baiano

Sonho, ah, que sonho!
Tão simplista, singular, risonho,
Ao redor de um parâmetro
Traçado a ferro e fogo,
Transitório e estranho.

O horizonte é ilha de encanto,
Canto tímido ao léu.
Ergo o olhar, vejo mais, sinto paz.
Turistas ao lado,
Dialogando seus fardos, seus ais,
De outrora, da fome,
Das eras primordiais,
De tanto pensar.

Corpos feitos de sonho,
Intensos a caminhar.
Os espaços são amplos,
Cerveja à beira-mar.
Veja sem julgar.
O traço é fino, o amor é lindo.
A vida é um sonho baiano,
Errôneo, pesado e mínimo:
Areia e estar.

Se há pecado ao sul do equador,
Só fará sentido o olfato que beijar o ardor,
E só fará sucesso quem rimar amor e dor.
Que todas as fragrâncias se misturem!
Que todas as dores, somadas, se curem!
Pois quando todos os incensos de amores perduram,
Aparece a flor.




  Cacos de Vidro

Quando me apaixonei por teu sorriso,
Na mesma noite, tive um quase-sonho:
Abria um mar de vidro,
Entrava no teu mundo,
E cacos de amor cortavam fundo.

Eu, já desacordado, achei meu rumo
Na força lancinante do teu beijo.
Hoje eu (de um ego imenso)
Envolto em teu silêncio,
Me calo e me entrego ao teu desejo.

E quando o amor-rotina entrar em cena,
Transformando em prosa livre este poema,
Que o sonho vire lenda,
E os cacos, virem taças,
Brindando o amor que enfim, valeu a pena.



 Estradas da Razão

No final daquela tarde, 
Livre de qualquer maldade,
Aprendi os versos desta canção.
Sei que a oportunidade é comadre da vontade,
E sem elas não tem samba, não.

Eu sei quantas estradas caminhei,
Quantas sementes já plantei,
Quantas ideias eu deixei passar,
Quantos segredos já guardei,
Quantas histórias já contei,
Conto as estrelas que eu quis ofuscar.

Da certeza e do destino,
Trago apenas os caminhos,
E a surpresa deste alvorecer.
Se encontrar algum sentido,
Correrei o grande risco
De ser mais do que propunha ser.

20.2.21

Sou tiete


Fã assíncrono
De artistas do nosso convívio
curto quase tudo
Encurto a crítica, resisto em qualquer causa
Luto de lutar, o mesmo luto de silenciar uma sentença
Sou tiete
Do intervalo, não do tempo
O tempo limpa e suja rio Tietê
O tempo edita a gente.
Sou tiete
Compreendo quem é agreste
Quem veste
E despe poesia
Sou tiete
Minha multa
É ser poeta.
Sonia Maria Ribeiro, Gonesa S. M. Gonçalves e 1 outra pessoa
3 comentários

3.2.21

porta poeta:

 



Isabella Malta

Sou poetisa do cotidiano das pequenas e fartas emoções, poetisa a 20 anos, sem métricas e sem fitas mas com poesia me fiz e me faço de nós laços de versos de traço do compasso da escrita bonita



Pra tentar esquecer o amor

Falarei se vai chover ou não vai

Chover

Falarei que esmalte pintarei as unhas

Falarei falarei da nova marca de um batom

De capítulo em capitulo

Vibrarei com a novela

 

Pra falar de amor se exige muito

Pra falar de amor é preciso ter cortado um dobrado

Pra falar de amor é ter um verso em cárcere privado

Pra sentir amor então diz a bula do condenado

Apaixonado

Não é recomendado

Não Não é amargura

O amor é doce

O amor é  doce doce doce

Que de tão doce

Quando se aprecia se lambuza

 

O amor é agridoce

É  sal

É  doce

O amor tanto sacia o labio

Mas  a lingua do verso  toca

A poesia  e se não  for o Amor

Da enjoo

Da tontura

Da gastura 






Me fiz poeta para do amor

Falar

Me fiz por vezes trovador

Para de versos a monotonia

Ninar

Me fiz um chão pisado de barro

Para a dona poesia bailar

Me fiz de tudo

Me fiz de nada

Me enchi do verso

Me esvaziei

Das mãos

Dos olhos

Do dedo da prosa

Me fiz silêncio

Me fiz somente uma flor

Uma dor

Uma alegria

Sou Abre Alas

Porta Estandarte

Da Poesia

Me fiz de vestes

De alegoria

Nada se pergunta ao poeta

A poesia

Se estas morna ou fria

A poesia baila dança

Entre a corda bamba

O abismo

Da tristeza ou da alegria

Com vestes de rainha

A poesia é um pouco triste

Um pouco contente

A poesia descontente

Me fiz de riso

A poesia ria da tristeza

Trizteza ria

Do poeta e sua maestria







Ando à espera de nem sei o

  O que

  Um nó

  Um laço

  Um olhar de embaraço

  Um cilio que bate

  Um beijo no inesperado

  Um amor que chega fora de hora

  Bagunçando a hora

  Arrumando o inusitado

  Que chega calado esse amor

  Mas traz barulho no peito

  Taquicardia

  Da poesia retira o silêncio

  O amor de valsa

  O amor de samba

  O amor erudito

  O amor bendito

  O amor maldito

  Ando por aí

  Agarrada a poesia

  De mãos dadas a loucura

  Pois quem do amor procura

  Não é são

  Amor dito

  Pelo não dito

  Não dou sossego ao coração

  Ando por aí

  Inquieta

  Da fresta da porta da rua

  Nua se faz minha boca

  Despe se meu calcanhar

  Quem dera encontre um amor

  Que me calce

  Que me vista

  Que seja meu oceano nos olhos

  E na boca o mar

  À nunca perder de vista

  Quem dera

   Mar se perde

   Além da vista

   No silêncio do azul

   O amor tem que ir

   A poesia é que se fica

   Como um papel

   Como uma terra à vista





Ando à espera de nem sei o

  O que

  Um nó

  Um laço

  Um olhar de embaraço

  Um cilio que bate

  Um beijo no inesperado

  Um amor que chega fora de hora

  Bagunçando a hora

  Arrumando o inusitado

  Que chega calado esse amor

  Mas traz barulho no peito

  Taquicardia

  Da poesia retira o silêncio

  O amor de valsa

  O amor de samba

  O amor erudito

  O amor bendito

  O amor maldito

  Ando por aí

  Agarrada a poesia

  De mãos dadas a loucura

  Pois quem do amor procura

  Não é são

  Amor dito

  Pelo não dito

  Não dou sossego ao coração

  Ando por aí

  Inquieta

  Da fresta da porta da rua

  Nua se faz minha boca

  Despe se meu calcanhar

  Quem dera encontre um amor

  Que me calce

  Que me vista

  Que seja meu oceano nos olhos

  E na boca o mar

  À nunca perder de vista

  Quem dera

   Mar se perde

   Além da vista

   No silêncio do azul

   O amor tem que ir

   A poesia é que se fica

   Como um papel

   Como uma terra à vista







Não Não

Não ouço músicas de amor

Não leio versos enamorados

Não vejo beijos de novela

Não me estendo nesse asunto

Qual o assunto ?

O amor

Deveras

Assunto é o que não falta

Oh assunto prolongado é  o AMOR

Também existe o avesso

 O vies o contrário

 O desamor

 Que nada mais é que o amor desavisado

 Que pensa que ama

 Mas não é AMADO

 

OH  Assunto prolongado

Encurto o Amor

Fazer a bainha da calça

Visto o amor

O amor é folga

É feriado

O amor é regaco

 

Descanso dessasosegado

O amor é o acaso

Da folga do cadarço

Dos pés

Com um sapato apertado

Com a ferida e a cicatriz

O amor é uma risca

Um riiscado

O acaso

Sem aviso

Sem recado

Não avisas

Faz e acontece

Faz ti padecer

Roubaste um pouco do paraíso

Chega e se vai

Amor de olhos insones

Faz dormir a poesia

Faz do verso a apatia

Ventania de cisco

No olho sai

O amor cego de agonia

Que sejas leve

Que sejas delicado

Que sejas......

Afff

  Oh Assunto prolongado

  Quem inventou o amor ?

   Reticências

   Breve silêncio

   A flor ?

   O mar ?

   Vai aqui um palpite

   Ó medo de amar

   Inventou o amor

   Que existe






Que falta faz

   Andas o papel

   A escrita

   A palavra de reticências

   A palavra que não é dita

   Penso eu cá com os meus botões

   Quantas reticências

   Quantas coisinhas em suspenso

   Quanto amor arquivado

   Quantos desafetos ainda na memória

  A palavra da hora é Ausência

  Tenho uma coleção aqui

   Ausência da falta

  Ausência de saudade

  Ausência de uma poesia mal acabada

  Ausência de querer correr mundo

  Ausência de quase nada

  Ausência do que vivi

  Do que vivo

  Faço um laço

  Faço presente a  ausência

  Ausência sempre tive

   A poesia transborda a lacuna

   O vazio

   A poesia faz do oceano

   Da lágrima da ausência

    O belo o vistoso

     Faz da ausência

     Um rio

     De um pano de chão

     Um vistoso

     Um nobre presente

     Um sonho de algodão

 


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