Luar Méndez, (Aidner Méndez Neves), é Poeta, Escritor, Compositor, Autor, Cantador,
MULHER
Mulher, tu que
sabe desse sofrimento,
Dessa luta por ser
mulher,
Desses altos e
baixos que tu viveu,
Do nó seco que tu
engoliu,
Sabe também do
choro que ninguém viu,
Aquelas lágrimas
que caíram, secaram e cicatrizaram.
Mulher, tu sabe do seu poder,
Da sua força e dos
demônios que lhe feriram
Não é agora que
vai ser diferente,
Não é agora que
você vai ser pau mandado,
Não é agora que
você vai calar,
Mas é agora que
você vai gritar.
Gritar pelas cicatrizes que marcaram e curaram,
mas doem.
Gritar pelos sonhos tirados e pelos direitos
negados,
Gritar por ser mulher.
Gritar pelos olhares que incomodam,
Gritar porque o mundo precisa ouvir teus
lamentos,
Gritar para que outras mulheres não vivam esses
mesmos sofrimentos.
REALIDADE OBSCURA
A ignorância humana cega toda humanidade.
A nossa realidade ignorada,
Onde os problemas distantes nos comovem,
Mas a realidade da própria cidade não é
enxergada
Quanta hipocrisia!
Pessoas gritando por socorro todos os dias,
Pessoas que são seus vizinhos,
Pessoas que mora na mesma cidade que VOCÊ,
Pessoas que dormem no banco da praça do seu
bairro,
Sim, são essas pessoas que
choram,
gritam,
Mas VOCÊ não vê.
VOCÊ não ouve,
A sua ignorância lhe deixa cego, alimentando
seu ego.
VOCÊ ?
Sim, VOCÊ já parou para pensar que existem
pessoas,
HUMANO,
Que se alimentam do resto da sua comida ?
Não, né?
Mas fica comovida com a guerra na Síria,
Com uma morte na Suíça.
Realidade obscura, hipocrisia.
VOCÊ não enxerga a realidade do seu próprio dia
a dia.
Sabe aquela foto das redes sociais que te deixa
chocada?
Que te faz digitar um “amém” em vão?
Então, a realidade daquela foto está abaixo do
teu nariz.
Aquele sujeito é o mendigo que pede um real,
Lá no sinal para saciar a fome.
E tu passa no seu carro do ano e diz:
- “Vagabundo, não subiu na vida porque não
quis”.
Vê se ele nasceu em berço de ouro
E o pai é o dono de uma empresa fantasma,
Que desvia o dinheiro do Estado.
Dinheiro que seria para aquelas pessoas que
moram no lixão.
Dinheiro que pagaria a escola daquelas crianças,
Que vendem algodão doce até às onze da noite na
Praça do Feijão.
Realidade obscura.
Não dá para citar todos os problemas que nos
rodeiam,
Mas devemos tirar a venda e lutar,
Lutar contra aquilo que se diz normal,
Mas VOCÊ sabe que não passa de um problema
social.
Sim, essa luta é a coletividade,
Cabe a toda a comunidade.
Não adianta dizer que o problema não é seu.
É seu sim, é de todos nós!
Que ficamos de blá blá blá nas redes sociais,
Gritando por Revolução,
Querendo mudar o mundo,
Mas não muda de atitude
Pois o que precisa diz ser revolucionária,
É a sua ação.
O QUE HÁ POR TRÁS DAS
ROUPAS?
Uma vergonha escancarada?
Um corpo nu?
Uma alma despida?
Quem sabe um desejo escondido
É nas curvas que está o perigo.
Mas enfim, ninguém sabe o que há por trás das
roupas,
Talvez um corpo bonito com alma sofrida,
despedaçada, doída
Há muitas coisas escondidas
Quem sabe um labirinto todo embaraçado,
Um mistério,
Necessita de um mérito,
Um caminho a percorrer.
Quem sabe encontrar alguém disposto a conhecer,
a ceder.
O merecedor tem que merecer,
Mas enfim, o que há por trás das roupas?
As vestes escondem as cicatrizes de uma vida
corrida,
Talvez bandida com incuráveis feridas,
Mas no rosto sempre estampado um sorriso
sincero,
Um olhar permanente daquele que acorrenta à
mente
Não há como negar,
Independente,
Se não me engano escravo do próprio veneno,
Amarrado, amordaçado depende,
Talvez o corpo minta.
Mas e aí?
O que há por trás das roupas?
Um negro.
Me diz aí, alguém suspeito ou de respeito ?
Quem sabe a sociedade aponta o dedo,
Levou uma dura ou um baculeijo ?
É um negro, suspeito, sujeito.
Às roupas até escondem sua cor
Este ato tem nome: exclusão racial.
Por outro lado camisa larga, boné aba reta,
Esse é um motivo por ser apontado como bandido,
Que prefere a vida criminal.
Ah, é normal!
Ele anda por aí todo descolado,
Como disse tribo da periferia:
O quarto do último “ouvido Rap daquele que
malandro decola fumando um beck .“
Mas e ai, o que há por trás das roupas?
É difícil ser maré,
Em um mundo de Mané,
É triste saber que um pedaço de pano decide
quem você é.
ESSA ROUPA AQUI
Foi com essa roupa aqui, que fui estuprada,
Não fique assustada,
Você pode ser a próxima a ser abusada,
Sendo a mesma julgada a culpada.
Suas roupas são apenas mais uma desculpa
esfarrapada,
Por uma pessoa que diz não controlada,
Numa rua escura.
Um medo estampado,
Expressão que cada mulher carrega no seu olhar.
Amedrontada.
Qualquer barulho lhe deixa arrepiada,
Um passo rápido,
Um ataque,
Mais um grito ignorado,
Mais uma vítima julgada.
Foi apenas mais uma de muitas que já foram
caladas.
Essa é nossa história não contada,
Quantas de nós já foram abusadas ?
E quantas de nós vivemos essa realidade?
São histórias esquecidas,
Mas jamais apagadas por quem foi vivida.
São feridas não curadas,
Queixas registradas, que nunca foram atendidas.
E nós mulheres continuamos perseguidas,
Abusadas,
Atacadas,
Esfaqueadas e esquecidas em túmulos de terra,
Onde os próprios sacanas levam flores para as
belas adormecidas,
Apontada como culpadas.
Que diante de uma sociedade,
São vistas como oferecidas.
Short curto?
Mal amada, quase pelada,
Ainda reclama se for estuprada,
Batom vermelho também é um convite para ser
abusada,
Vai me dizer que precisamos andar bem vestidas
para não sermos atacadas ?
Que nada!
O Brasil foi invadido
E já achou os índios pelados,
Um convite para serem papados
E daí? Nós nascemos com a cara gozada,
Brasil nasceu de um estupro,
E porque não continuar sendo estuprado?
Por outro lado é ignorado
Os portugueses queria que fossemos civilizados,
Temos que andar vestidos
Porque é uma vergonha andar pelado, mas é
normal ser estuprado.
E hoje...
Muitos casamentos fracassados,
Pouco acolhimento,
Muitas mulheres aterrorizadas dentro das suas
próprias casas,
Tendo que satisfazer um macho,
Só por que está em um casamento,
Não fiquem caladas, só por que é mulher,
Precisamos gritar para mostrar a realidade que
nenhuma de nós quer,
Porque muitas já foram silenciadas,
Uma desculpa fajuta, na má conduta
Iremos à luta!
O Brasil terá vozes na escuta,
Esse presente não se tornará um passado
esquecido,
Pois não iremos nos calar,
Iremos gritar,
Contra o sistema que nos força a parar.
INOCÊNCIA MENINA
Na
inocência da cruel vida,
Uma
criança teve quatro anos da sua infância arrancada,
Que
ficará marcado em sua jornada,
Perseguida
por aqueles que pregam Cristo
Lutando
pela pré-vida.
E
esqueceu que a garota de dez anos,
Nem
sequer sua vida viveu,
Por um
tio que há interrompeu sua inocência,
Um feto
em ti cresceu.
E no
exato momento que a garota estava lutando entre morrer e seguir sua sina,
Uma tal
Sara desceu do inferno e divulgou os dados da menina
E só isso
não basta,
Pois teve
cristão implorando de joelhos ao chão,
A Cristo
nossa salvação,
Chamando
a criança de assassina,
O céu e o
inferno estão divididos,
E essa
vida ensina.
Do outro
lado, mulheres do fórum das mulheres unidas pela vida da menina
7 de
agosto o silêncio foi interrompido,
Durante
quatro anos uma garota chorava escondida,
Gritos ignorados
Essa é a nossa
realidade
É apenas
mais uma de muitas que foram caladas,
É apenas
mais uma que saiu com culpada,
Por ser
estuprada.
Onde
estupro é normal,
E aborto
é pecado,
O
criminoso foragido,
A menina
em perigo,
Muitos
revoltados,
Poucos em
sã consciência,
A inocente
sendo chamada de cachorra no cio,
Será que
nunca viu?
Cerca de
180 mulheres são estupradas por dia no Brasil,
E não vem
dizer que a mídia mostra o que quer,
Pois uma
garota de 10 anos já sentiu na pele o que é ser MULHER.
As únicas coisas
Tá vendo você?
O que custa prevenção?
O que custa bom senso?
Não sabe o que custa?
Pera um cadinho que lhe digo.
O ar vem como pedágio
Mais parecendo um naufrágio
Ou um infinito e negativo empuxo
Olha só no que se deu seu "luxo"?
Agora estou eu aqui
Passando por um portal
Prendendo a respiração
Para quem sabe, partir para o espaço sideral
A bordo da U.S.S. Enterprise
Esposa, filhos, parentes
E todo tipo de gente
Apreensivos assim como eu
Sem saber quanto tempo passará
Ou se nesse trem irei embarcar
Enfim,
Sob lágrimas e desconforto
Dormência nos membros, mandíbula e torso
Que eu me arrisco em mostrar a única coisa que sempre soube ser bom
Palavras, sentimentos e quem sabe, um tom.
Geovane Ribeiro
Victor Az é engenheiro, escritor e poeta, tem textos
publicados em blogs, sites, revistas literárias, exposições de poesias visuais,
livros didáticos e publicou, pela Editora Segundo Selo, o livro de contos Sexo
é apenas sexo. Mas o amor… Ah, o amor é foda.
saci
no meio do
caminho
atiram uma
pedra
atiram uma
pedra
no meio do
caminho
ele pegou
pôs no
cachimbo
fumou
f
u
m
a
ç
a
e foi-se o problema
e foi-se o
dinheiro
e foi-se a
família
e foi-se o
usuário
e foice
x.x.x
Fone Quebrado
Fone
quebrado é como amor platônico
Numa chuva
de verão em país tropical
Ou como a
lua minguante da música do Djavan
Estraga
Yellow Submarine
Estraga
Breed
Tira o humor
e descolore o som
O mundo fica
mono, monótono
Fone
quebrado é como um relacionamento que não deu certo
Não dá para
ficar com ele porque está estragado
Porém é
difícil se acostumar com outro
A primeira
transa com outro parceiro
É como a
primeira música com fone novo
A melodia é
a mesma, mas os graves e agudos soam diferentes
Falta algo
que o anterior tinha e o novo não consegue oferecer
Às vezes,
até quando o novo é melhor que o anterior
Sentimos
falta do anterior
Da forma
como ele se encaixava no nosso corpo
Ou de como
ele combinava com determinada música
O ideal
seria ter fones e relacionamentos inquebráveis
Mas se eles
nunca quebrassem
Como iríamos
trocá-los?
x.x.x
Ela me
trocou por um funkeiro
que usa o
boné no topo da cabeça.
Não tenho nada
contra ele gostar de funk
(eu poderia
virar funkeiro e tomar ela de volta).
Mas nunca,
nunca conseguiria
equilibrar o
boné do jeito que ele faz.
Maldito
malabarista!
Canção
Isabella Malta
Sou poetisa do cotidiano das pequenas e fartas emoções, poetisa a 20 anos, sem métricas e sem fitas mas com poesia me fiz e me faço de nós laços de versos de traço do compasso da escrita bonita
Pra tentar esquecer o amor
Falarei se vai chover ou não vai
Chover
Falarei que esmalte pintarei as unhas
Falarei falarei da nova marca de um batom
De capítulo em capitulo
Vibrarei com a novela
Pra falar de amor se exige muito
Pra falar de amor é preciso ter cortado um dobrado
Pra falar de amor é ter um verso em cárcere privado
Pra sentir amor então diz a bula do condenado
Apaixonado
Não é recomendado
Não Não é amargura
O amor é doce
O amor é doce doce
doce
Que de tão doce
Quando se aprecia se lambuza
O amor é agridoce
É sal
É doce
O amor tanto sacia o labio
Mas a lingua do
verso toca
A poesia e se
não for o Amor
Da enjoo
Da tontura
Da gastura
Me
fiz poeta para do amor
Falar
Me fiz
por vezes trovador
Para
de versos a monotonia
Ninar
Me
fiz um chão pisado de barro
Para
a dona poesia bailar
Me
fiz de tudo
Me
fiz de nada
Me
enchi do verso
Me
esvaziei
Das
mãos
Dos
olhos
Do
dedo da prosa
Me
fiz silêncio
Me
fiz somente uma flor
Uma
dor
Uma
alegria
Sou
Abre Alas
Porta
Estandarte
Da
Poesia
Me
fiz de vestes
De
alegoria
Nada
se pergunta ao poeta
A
poesia
Se
estas morna ou fria
A
poesia baila dança
Entre
a corda bamba
O
abismo
Da
tristeza ou da alegria
Com
vestes de rainha
A
poesia é um pouco triste
Um
pouco contente
A
poesia descontente
Me
fiz de riso
A
poesia ria da tristeza
Trizteza
ria
Do
poeta e sua maestria
Ando
à espera de nem sei o
O que
Um nó
Um laço
Um olhar de embaraço
Um cilio que bate
Um beijo no inesperado
Um amor que chega fora de hora
Bagunçando a hora
Arrumando o inusitado
Que chega calado esse amor
Mas traz barulho no peito
Taquicardia
Da poesia retira o silêncio
O amor de valsa
O amor de samba
O amor erudito
O amor bendito
O amor maldito
Ando por aí
Agarrada a poesia
De mãos dadas a loucura
Pois quem do amor procura
Não é são
Amor dito
Pelo não dito
Não dou sossego ao coração
Ando por aí
Inquieta
Da fresta da porta da rua
Nua se faz minha boca
Despe se meu calcanhar
Quem dera encontre um amor
Que me calce
Que me vista
Que seja meu oceano nos olhos
E na boca o mar
À nunca perder de vista
Quem dera
Mar se perde
Além da vista
No silêncio do azul
O amor tem que ir
A poesia é que se fica
Como um papel
Como uma terra à vista
Ando
à espera de nem sei o
O que
Um nó
Um laço
Um olhar de embaraço
Um cilio que bate
Um beijo no inesperado
Um amor que chega fora de hora
Bagunçando a hora
Arrumando o inusitado
Que chega calado esse amor
Mas traz barulho no peito
Taquicardia
Da poesia retira o silêncio
O amor de valsa
O amor de samba
O amor erudito
O amor bendito
O amor maldito
Ando por aí
Agarrada a poesia
De mãos dadas a loucura
Pois quem do amor procura
Não é são
Amor dito
Pelo não dito
Não dou sossego ao coração
Ando por aí
Inquieta
Da fresta da porta da rua
Nua se faz minha boca
Despe se meu calcanhar
Quem dera encontre um amor
Que me calce
Que me vista
Que seja meu oceano nos olhos
E na boca o mar
À nunca perder de vista
Quem dera
Mar se perde
Além da vista
No silêncio do azul
O amor tem que ir
A poesia é que se fica
Como um papel
Como uma terra à vista
Não
Não
Não
ouço músicas de amor
Não
leio versos enamorados
Não
vejo beijos de novela
Não
me estendo nesse asunto
Qual
o assunto ?
O
amor
Deveras
Assunto
é o que não falta
Oh
assunto prolongado é o AMOR
Também
existe o avesso
O vies o contrário
O desamor
Que nada mais é que o amor desavisado
Que pensa que ama
Mas não é AMADO
OH Assunto prolongado
Encurto
o Amor
Fazer
a bainha da calça
Visto
o amor
O
amor é folga
É
feriado
O
amor é regaco
Descanso
dessasosegado
O
amor é o acaso
Da
folga do cadarço
Dos
pés
Com
um sapato apertado
Com
a ferida e a cicatriz
O
amor é uma risca
Um
riiscado
O
acaso
Sem
aviso
Sem
recado
Não
avisas
Faz
e acontece
Faz
ti padecer
Roubaste
um pouco do paraíso
Chega
e se vai
Amor
de olhos insones
Faz
dormir a poesia
Faz
do verso a apatia
Ventania
de cisco
No
olho sai
O
amor cego de agonia
Que
sejas leve
Que
sejas delicado
Que
sejas......
Afff
Oh Assunto prolongado
Quem inventou o amor ?
Reticências
Breve silêncio
A flor ?
O mar ?
Vai aqui um palpite
Ó medo de amar
Inventou o amor
Que existe
Que
falta faz
Andas o papel
A escrita
A palavra de reticências
A palavra que não é dita
Penso eu cá com os meus botões
Quantas reticências
Quantas coisinhas em suspenso
Quanto amor arquivado
Quantos desafetos ainda na memória
A palavra da hora é Ausência
Tenho uma coleção aqui
Ausência da falta
Ausência de saudade
Ausência de uma poesia mal acabada
Ausência de querer correr mundo
Ausência de quase nada
Ausência do que vivi
Do que vivo
Faço um laço
Faço presente a ausência
Ausência sempre tive
A poesia transborda a lacuna
O vazio
A poesia faz do oceano
Da lágrima da ausência
O belo o vistoso
Faz da ausência
Um rio
De um pano de chão
Um vistoso
Um nobre presente
Um sonho de algodão